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UFMT inaugura exposições de Silva Freire, Dias-Pino e Babu 78


‘Cidade Palatável’ reúne trabalhos da dupla de poetas intensivistas, enquanto ‘Cuiabá Abissal’ faz um recorte da obra do grafiteiro Babu 78


O Museu de Arte e de Cultura Popular (MACP) da Universidade Federal de Mato Grosso inaugura, às 20h desta segunda-feira (22.04), duas exposições. Trata-se de ‘Cuiabá Cidade Palatável’ e ‘Cuiabá Abissal’. A primeira reúne obras de Wlademir Dias-Pino e Silva Freire, dois dos principais nomes da poesia mato-grossense. E a segunda é composta por trabalhos de Babu 78, um dos expoentes de maior destaque da Arte Urbana do estado.


A curadoria é composta por Regina Pouchain, Larissa Silva Freire e Willian Gama. Trata-se, de acordo com o convite para o evento, de “um presente da UFMT (quase cinquentenária) para a Cuiabá (mais que) tricentenária”.


Portanto, embora o conteúdo das exposições possua linguagens artísticas diferentes, o salão do MACP promete se dividir e se unir em dois.


ARTISTAS


Wladimir Dias-Pino (02/02/1927 – 30/08/2018)


Poeta, artista gráfico e programador visual. Viveu grande parte de sua vida em Cuiabá, foi um dos fundadores da Universidade da Selva (hoje UFMT) e do Intensivismo, movimento literário de vanguarda internacional fundado em Mato Grosso na década de 40. E, em 1956, também participou – ao lado de Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Ronaldo Azeredo e Ferreira Gullar – da criação da Poesia Concreta.


Já na década de 60 organizou o mais radical dos movimentos literários de vanguarda: o Poema//Processo. A história de Dias-Pino confunde-se com a história das vanguardas no Brasil, e não por acaso ele nunca aceitou a separação entre gêneros artísticos, o que o fazia definir o próprio estilo como “contra-estilo”.


Benedito Sant’ana da Silva Freire (20/09/1928 – 11/08/1991)

Nasceu em Mimoso-MT, Silva Freire foi advogado, poeta de vanguarda, jornalista cultural e professor do Departamento de Direito da UFMT, sendo um dos fundadores da faculdade, além de ocupar a cadeira nº 38 da Academia Mato-grossense de Letras (AML-MT).


Foi preso pela ditadura e, durante a prisão, escreveu poemas em pedaços minúsculos de papel. Dentre suas principais obras, pode-se destacar ‘Meu Chão’; ‘Pássaro Implume’; ‘Campus de Universidade’; ‘As Redes’; ‘Os Meninos de São Benedito’; e ‘Águas de Visitação’.


Dias-Pino, ao defender o conceito de “contra-estilo” (termo que lhe era muito caro) na obra de Silva Freire, alega que Freire “não se preocupa mais com a continuidade temática (sucessão linear) como semântica lógico-discursiva, chegando mesmo à posição radical de desprezar o sentido de estrutura e, consequentemente, o de Obra. […] Ao destruir o sentido de obra desaparece, de maneira dupla, o estilo”.

Adão Silva Segundo – Babu 78


Grafiteiro e desenhista, Babu também atua como arte-educador em oficinas de grafite. Em 2018, indicado pela crítica de arte Aline Figueiredo, faturou o 2º lugar do prêmio PIPA, considerado um dos mais importantes para a arte contemporânea brasileira.


Babu é um dos pioneiros do grafite em Cuiabá, expressão artística que, na capital mato-grossense, tem ganhado cada vez mais adeptos (público e artistas) a partir dos anos 2000. Atualmente, sua produção é dividida entre os murais de rua, pinturas, desenhos e ilustrações produzidas em seu estúdio.

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