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Estudante de medicina cria página ‘Balbúrdia UFMT’ para compartilhar projetos da universidade



Mil e setecentos seguidores, trinta e uma publicações enviadas por alunos de diversas áreas e o planejamento de um ato público. Tudo isso em menos de 24 horas. Foi o que Eduardo Oliveira Passafaro, 24, estudante do 9º semestre de medicina, conseguiu após criar o perfil ‘Balbúrdia UFMT’ no Instagram. Inspirado em um perfil semelhante da Universidade de Brasília (Unb), a página publica projetos de extensão e pesquisa de alunos da universidade, e vem em resposta a uma declaração recente do Ministro da Educação, Abraham Weintraub. Waintraub anunciou no último dia 30 de abril, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que cortaria verba de universidades que não apresentassem desempenho acadêmico esperado e, ao mesmo tempo, estiverem promovendo "balbúrdia" em seus campi. No dia seguinte, voltou atrás em sua declaração e anunciou um corte de 30% em todas as universidades e institutos federais. Foi neste momento que o estudante decidiu criar a página, como forma de protesto. “Quando se ouve nas notícias sobre medidas tomadas pelo líder do país que impactam tão fortemente o ensino superior, temos que fazer algo. E quando se percebe que tais medidas foram tomadas baseadas em extrema ignorância - e desrespeito até - sobre o que o mundo universitário produz e sobre como contribui com a sociedade, temos que erguer a voz, e se não fizermos, se corre o risco da comunidade confundir a ignorância com sensatez”, contou ao Olhar Conceito.


A UFMT será diretamente atingida caso o corte venha a ser feito. Segundo nota da reitora Myriam Serra, a diminuição da verba foi ‘uma agressão frontal a qualquer oportunidade de desenvolvimento do país’. Em nota publicada no site oficial da UFMT, a professora também diz que o corte extra de 30%, o que equivale a R$ 34 milhões a menos no orçamento de 2019, 'compromete o desempenho e avanço da instituição, e a leva para ‘à beira de um retrocesso inimaginável’. Em entrevista ao Olhar Direto, ela chegou a afirmar que o corte pode afetar o Restaurante Universitário indiretamente. A partir de agosto deste ano o valor da refeição sairá de R$ 2,00 para R$ 2,50 para os estudantes que não se encontraram em situação de vulnerabilidade social. Os que se enquadram continuarão se alimentando sem custo algum. Caso o corte seja feito, nem mesmo este novo preço poderá ser prometido. “A partir do momento que se bloqueia o orçamento, não teremos mais condições de honrar nossos compromissos. É muito provável que alguns contratos deixarão de ser pagos pela UFMT e automaticamente os serviços deixarão de ser realizados”, disse a reitora. Um dos argumentos utilizados por defensores dos cortes é o de que as instituições não teriam comprovado o destino destes 30%. A UFMT, no entanto, publica anualmente um Relatório de Gestão e Prestação de Contas. Veja o de 2018 AQUI. Para Eduardo, o objetivo central do perfil no Instagram é mostrar para a população o que a Universidade produz. “Acredito que o objetivo central, ou aquele que trará mais benefício, é poder mostrar para a população extra-campus tudo o que acontece na universidade, chamando atenção para toda a importância dos trabalhos das universidades. Desse modo, pode-se contribuir para descontrair discursos vazios que norteiam políticas pobres”. Também com este objetivo, os estudantes organizam para este sábado (11) uma ação para levar para um espaço público a produção de extensão e pesquisa. Todas as informações sobre o ato serão publicadas no INSTAGRAM.




















Eduardo Oliveira Passafaro



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